segunda-feira, 13 de junho de 2011

Clandestinos

Acordamos próximo das 8 da manha, tomamos café e os donos do albergue vieram me chamar para ver como que se come uma cabeça de porco. Exatamente! Eles a cozinharam e comeram no café da manha! Eu nao iria provar, só de olhar meu estômago já embrulhou, mas aí me lembrei do texto que coloquei na primeira postagem desse blog e me permiti comer um pedaço da cabeça. A sensaçao é bastante extraña, o sabor até que nao é tao ruim, mas eu jamais comeria isso logo que acordasse. Depois, Mora e eu ficamos trocando músicas brasileiras e argentinas. Ela me ensinou alguns passos de cumbia, salsa e tango, eu a ensinei um pouco de forró e depois de muuuuuito tempo um pouco de samba, hehehe. Despedimo-nos e fui à rodoviária ao encontro da Pri.


Ela já havia chego e estava sentada comendo um lanche. Isso era 12:50, a imigraçao para entrar na Bolívia fecha às 13hs. Pegamos um táxi e saímos correndo, porém cegamos lá às 13h e 02min com os portoes fechados e com R$30,00 a menos no bolso. Um boliviano veio nos oferecer a corrida até a cidade do outro lado da fronteira que é muito mais próxima da polícia federal e da imigraçao que teríamos que voltar no próximo dia. Aceitamos e ficamos clandestinos por um dia na Bolívia!


Paramos num hotel e pagamos 90 pesos bolivianos para a diária do quartoa com duas camas, ventilador, banheiro privado e televisao, isso custa mais ou menos R$ 23,00. Almoçamos no restaurante logo na esquina, preguntamos o menu que era frango, arroz, macarrao e custava 17 bolivianos, pedimos duas refeiçoes e aguardamos. Para nossa surpresa veio uma sopa de milho, amendoim com batatas e costela de boi. Achamos estranho, mas comemos felizes da vida. Quando fomos pagar a conta ele disse que era apenas 12 bolivianos as duas sopas. Ficamos contentes pelo preço, porém sem entender muito bem o que havia acontecido. Só no outro dia comprendemos que a sopa fazia parte do cardápio e era apenas a entrada! Ou seja, eu e a pri comemos a entrada e resolvemos sair do restaurante sem mais e nem menos… que vergonha!


Puerto Quijarro é uma cidade bem pequena com infraestrutura muito precária, apenas duas avenidas tem asfalto e o resto é terra com muita poeira e esgoto a céu aberto! Passeamos por ela toda e nao encontramos nada de mais. Descobrimos entao que o tempo por aquí nao passa! Parece que estamos a dias e se passou apenas uma noite, nao há nada para se fazer aquí, existe apenas uma praça bastante agradable por sinal, mas que nao resolve o problema do tempo.


Hoje pela manha saímos correndo para a fronteira pegar nosso vistos e depois compramos as passagens até Santa Cruz de la Sierra. A princípio iríamos de trem, só que hoje só tem o mais caro e luxuoso, decidimos deixar para uma próxima aventura e ir de önibus mesmo. As passagens dos que tinham ar condicionado custavam até 130 bolivianos, pesquisamos muito e depois de chorar no preço pagamos 80 bolivianos. Isso dá R$20,00 para viajar por 12 horas! É incrível como tudo sai muito barato para gente. Agora estamos só esperando dar o horário para partir de Puerto Quijarro e seguir viagem.

domingo, 12 de junho de 2011

Conheci Danilo que mora em Corumbá e é amigo da Mora, eles se conheceram através do Couch Surfing (não tenho certeza de como se escreve) que é um site de relacionamentos cujo o objetivo é de encontrar pessoas que gostam de viajar e arrumar lugares para ficar. Parece ser bem interessante, já ouvi várias vezes sobre ele e sempre esqueço de olhar como funciona. Enfim, eu, Mora e Danilo fomos para a praça na festa junina e para nossa surpresa o espetáculo já havia acabado! Mas a praça estava linda, toda enfeitada com bandeirinhas e barraquinhas de comidas, ainda havia muitas pessoas por lá. Tomei uma cerveja e eles uma coca, pq não bebem, e resolvemos caminhar pela cidade.


Eu, Mora e Danilo




Andamos por Corumbá quase inteira. É uma cidade pequena, porém muito interessante. Quando deu 23h percebi que estava morrendo de fome e me lembrei que nada comia desde as 9 da manhã quando comi um salgado numa parada do ônibus. Fomos a uma pizzaria e ficamos um bom tempo por lá, até pq eles esqueceram de anotar nosso pedido, então nossa pizza demorou muito pra içar pronta... hahaha. Mas foi ótimo pq conversamos muito e rimos bastante.


Voltamos para o albergue umas 2 da manhã, Danilo seguiu pra sua casa e eu e Mora fomos dormir. Deitamos no mesmo quarto e ficamos conversando por muito tempo. Ela é muito querida e tem ótimas observações sobre nosso comportamento e maneira de viver brasileira.


O sono veio vindo e quando ia me despedir desejando boa noite ela perguntou para mim em “portunhol”: “Puedo te pedir um favor muy extraño?” Respondi que claro. Ela virou-se em minha direção e com os olhos bem tristes me pediu que a abraçasse. Levantei de minha cama, fui até sua direção e quando a abracei senti seu coração bater forte e a seguir começou a chorar. Ela então me contou que era o primeiro abraço que havia dado no Brasil. Fiquei bastante espantado, primeiro com a insensibilidade das pessoas que ela encontrou por aqui e depois com a minha falta de sensibilidade com ela. Quando a vi pela primeira vez ela deu um sorriso tão grande de boas vindas que a imaginei como a pessoa mais feliz do mundo e não reparei o quanto a coitada sofria. Senti até um pouco de culpa.


Mas foi um momento mágico pra ela e pra mim também. Ficamos deitados abraçados por um longo período conversando sobre tudo e principalmente sobre as dificuldades de se viajar sozinho, a carência é uma delas. Quando a viagem é curta não há problema, porém Mora já está viajando por mais de 6 meses. Não sei se consigo ter noção do que é viajar por tanto tempo assim sem dinheiro, sem destino, pedindo carona e trabalhando em troca de comida. Que fique claro que em nenhum momento ela disse estar arrependida de nada que havia feito e que estava amando a viagem, só que naquele instante precisava de um ombro amigo para chorar um pouco.


É incrível como esse momento nos aproximou. Não sei explicar muito bem, mas fez muito bem pra nós dois. Depois de tudo ela me agradeceu pela paz de espírito renovada, nesse momento me arrepiei pela sinceridade que senti na sua voz. Isso já era mais de 4 da manhã, ela logo adormeceu e eu fiquei tentando entender tudo o que havia acontecido ali.

sábado, 11 de junho de 2011

Corumbá-MS

Na parada em Rondonópolis tomei um susto, achei que estivesse em Joinvile-SC, as rodoviárias são muito parecidas, tem a mesma tipologia. Acho que o calor de Rondônia me deixou mal acostumado, no relógio marcava 27ºC e eu estava com frio! Voltei pro busão e é óbvio que dormi. Antes coloquei o celular pra despertar às 4:45, assim não perdia a parada já que o ônibus continuaria até SP. Acordei 4hs em ponto sem entender muito bem pq, e então 5 minutos depois paramos na rodoviária de Campo Grande. Foi muita sorte eu ter acordado. Caso contrário meu celular iria despertar e sabe-se lá onde eu iria estar!






Rodoviária Campo Grande - MS







Desci e fui comprar passagem para Corumbá-MS (divisa com a Bolívia). Aí sim fazia frio! Estava 12ºC e eu de bermuda e um moletom. Fiquei duas horas e meia passando frio na rodoviária que é bem semelhante à de Londrina só que bem menor. O fato é que a cobertura é descolada e fica muito mais elevado que a vedação, que por sinal é de vidro, ou seja, o único lugar quentinho era o banheiro. Passei quase uma hora sentado na privada acompanhado de Paulo Freire (que por sinal é um ótimo livro: “Pedagogia do Oprimido”, ficaadica!), até que bateram na porta perguntando se estava tudo bem. Fiquei com vergonha de continuar por lá e saí...


Continuei passando frio até chegar o ônibus, embarquei e desfrutei de uma ótima paisagem boa parte da viagem. Ele passa entre o pantanal, é sensacional! Vi várias aves e até dois jacarés!





Pantanal


Cheguei em Corumbá 13hs e fui atrás de hotel/pousada barato, rodei um pouco a pé perto da rodoviária até que um senhor me abordou perguntando o que estava fazendo por ali e quando respondi que queria achar um lugar pra ficar ele me indicou um albergue ali perto. Corri pra lá e fui muito bem recebido por Moracha (traduzindo significa Morena). Mora, como prefere ser chamada, é uma linda Argentina, tem 29 anos e há 6 meses resolveu abandonar tudo, trabalho como guarda florestal, namoro de 8 anos, a casa que ela mesma construiu e decidiu que queria morar um pouco em cada país da América do Sul. Está no Brasil há um mês e já passou pelo Chile, Uruguai, Paraguai e Bolívia. Vai continuar assim até chegar ao México, e diz que não pretende mais voltar pra Argentina, não! Daqui vai subir até a Amazônia e de lá segue para o Peru.


O albergue é bem aconchegante. Estou num quarto com três camas beliche, so que sou o único hóspede do quarto. =/ Conheci um casal de Londres que chegou logo depois de mim,mas eles estão numa suíte separada.


Hoje tem festa junina na praça central da cidade, tava animado até agora há pouco, quando começou a me dar um sono só. Não é muito anormal, afinal de contas faz 3 dias que estou viajando e dormindo mal. Mas de qualquer forma vou me forçar a ir lá, não é sempre que tenho essa oportunidade.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Carona Jaru - Cuiabá

Despedi-me de todos que pude e fiquei esperando na casa de meus tios Edelma e Cláudio o caminhoneiro sair. Mal dormi durante a noite com medo de ele ligar durante a madrugada e ninguém ouvir o telefone. Levantei às 6h e 30min e fiquei com tudo arrumado só esperando. Até que a Luzia, secretária da casa, me avisou de que o telefone estava fora da tomada. Pronto! Bastou para eu já me desanimar e achar que ele já havia ido embora, eis que meu tio Toninho aparece no portão da casa gritando meu nome pra ir até o caminhoneiro que estava na casa de seus amigos me esperando. Peguei minha mala e saí voando. Almoçamos arroz e carne de porco, que estava maravilhosa, por volta das 10h e 30min e saímos exatamente às 11h e 10min.


O caminhoneiro chama-se Edivaldo, tem 48 anos, mora numa cidade vizinha a Campinas e é caminhoneiro a exatos 30 anos! Extremamente simpático e atencioso, Edivaldo me deixou muito confortável para viajar a seu lado. Tem uma esposa, dois filhos de 25 e 20 anos e uma filha de 15.


Ele trabalha há 15 anos nessa mesma empresa que transporta carros da Honda pelo Brasil todo. Desta vez levou carros para Rio Branco no Acre e para Porto Velho em Rondônia. Ele me contou que se conseguir automóveis para transportar durante a volta, desde que não saia de sua rota, a empresa lhe paga 30% do valor pago pelo cliente. E é impressionante o tanto de gente que o procura para levar carros velhos, quebrados ou com algum tipo de problema para outras cidades, nem precisa sair correndo atrás das pessoas. Desta forma vamos viajando com algumas paradas pelo caminho pegando ou deixando carros por aí.


A estrada em RO está péssima, o trecho que fica entre Cacoal e Pimenta Bueno especificamente está um lixo. Chegamos em Vilhena às 21h, tomamos uma banho no posto e aproveitei pra comer uma mini pizza. Logo que embarcamos começou a chover e veio em boa hora, pois não demorou e deu aquela refrescada!


Seguimos adiante até Comodoro-MT onde paramos num posto para dormir. Todo caminhão tem uma caminha atrás dos bancos que é o dormitório do motorista e para minha sorte este caminhão era uma cegonha, ou seja, transporta carros. Peguei a chave de um golzinho e dormi lá dentro! Perfeito!


Acordei umas 5h e 30min com o caminhão já andando. Estava morrendo de vontade de fazer xixi, só que como que iria avisar o caminhoneiro? Sairia eu de dentro do carro e depois andaria agarrado aos ferros até chegar a cabine com o caminhão em movimento? Claro que não, neh? Esperei até às 6h e 30min quando paramos para tomar café.


Voltei então pra cabine e seguimos viagem, conversamos sobre tudo desde política, educação no país, fim do mundo em 2012, histórias de caronas, religiões e é claro que ele tinha uma história de espiritismo para me contar, assim como todas as outras pessoas que cruzo pelo caminho! O assunto que me persegue!


Almoçamos numa biboquinha de estrada com comida caseira no fogão a lenha. Estava uma delícia a não ser pela lingüiça que fez um mal danado pra mim e pro Edivaldo... ficamos arrotando o resto da viagem toda! Ele resolveu que iria parar em Cuiabá pra consertar o ar-condicionado, porém ia ser só no outro dia pela manhã; ainda eram 16hs e eu decidi abandonar a carona, não compensava esperar uma noite inteira para andar mais 200km com ele depois. Peguei um busão até a rodoviária e esperei apenas meia hora até que meu busão com destino a Campo Grande chegou. To embarcando agora! Previsão de chegada em Campo Grande para as 5am!

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Tchau RO!

Finalmente chega o momento de deixar Rondônia, por agora. E conforme previamente combinado com minhas amigas Pri e Manu, parto para Corumbá no Mato Grosso do Sul e a partir de então com rumo à Machu Picchu!


Fiquei bastante chateado quando liguei pra Manuela, ela me disse que havia se confundido com a data de partida e se programou para viajar no dia 17 sendo que marcamos dia 10. Mas combinamos que eu e a Pri vamos seguindo e dia 17 a Manu pega um avião para nos encontrar, provavelmente em Cuzco já no Peru.


Agora estou só esperando um caminhoneiro amigo de amigos da família (hehehe) resolver sair amanhã pela manhã. Ele vai para São Paulo e eu provavelmente ficarei em Cuiabá, Rondonópolis ou alguma cidade ali no Mato Grosso. De lá pretendo pegar um ônibus pra Corumbá. Aí é só esperar até Domingo que será o dia em que a Pri chegará para ultrapassarmos os limites nacionais!


Por fim minha prolongada aqui em Jaru fez eu me aproximar ainda mais da família e acumular energias para continuar na estrada!


Obrigado a todos pelo acolhimento, a companhia e o imenso carinho com que me receberam! Um beijo na bunda que lá vou eu! (Agora é de verdade, eu acho!)

Rondônia

Me desculpem todos os rondonienses, eu também sou desta terra e exatamente por isso me sinto no direito de falar: o terrinha difícil!


Existe apenas duas estações a de chuvas que acontece durante o verão e a da seca que fica sem chover por 6 meses seguidos, esta última normalmente tem início em Maio/Junho, mas hoje, que ainda é início de Junho, já está insuportável imagina daqui 4 meses! Muitas ruas não tem asfalto, o tráfego automotivo ou o simples ato de caminhar lentamente já faz subir uma nuvem marrom no ar deixando a paisagem numa tonalidade sépia. A poeira é tanta que vc não pode sair de dentro de casa que já sai cuspindo um tijolo de barro acumulado pela respiração! Isso sem contar com suor que ao se misturar com a poeira cria essas laminhas que vão se acumulando nas articulações do corpo. Está MUITO quente! Mais calor que aqui só senti durante um Encontro de estudantes que participei no Paraguai em 2008 onde, sem fazer esforço nenhum, fazia 45º!


Agora, feio mesmo é o povo rondoniense. Jaru é exceção no estado, ainda dá pra encontrar algumas pessoas bonitas por aqui, mas vai rodar nas outras cidades... sássinhora!


Não é ser chato nem algum tipo de implicância, ou talvez seja, mas se não fosse pela família eu não voltaria mais!


Não posso dizer, porém, que não existam coisas boas. As pastagens em pequenos morros formam lindas paisagens, ainda mais quando se encontra um rio passando pelo caminho, formando belíssimas e refrescantes cachoeiras.


É bastante interessante observar como o regionalismo é grande por aqui. A manutenção da vida cotidiana é completamente diferente da minha realidade lá em Maringá, ou seja, pra mim parece ser mais complicado lidar com todos esses agravantes naturais. Entretanto os rondonienses não se importam e tratam-no como o melhor lugar do mundo. E não pensem vocês que é por falta de conhecer outras culturas, porque conheço algumas pessoas que já saíram daqui para estudar/trabalhar em outros cantos do Brasil (Sul e Sudeste principalmente) e assim que podem retornam a morar aqui novamente. Aprenderam e se acostumaram a viver assim, acho que é tão normal eles quererem voltar quanto eu achar isso tudo muito difícil. Pra mim, até que a experiência é legal, mas viver por aqui é muito complicado!

Maria

Eu e Maria



Esses dias atrás aconteceu uma coisa fantástica!!! Estávamos indo correr no estádio de Jarú e paramos numa mercearia para meu primo comprar um chiclete. Eis que ouço alguém me chamando e quando olho para trás... CARAMBA! Era a Maria! Maria foi quem cuidou de mim quando eu era pequeno lá em Porto Velho!!! Que delícia foi reencontrá-la, mas como eu estava com pressa para não escurecer peguei seu endereço e fiquei de voltar lá para conversarmos mais! =D



No dia seguinte de manhazinha ela passou aqui na casa da minha tia, eu ainda estava dormindo, e ela deixou uma foto de nós dois que ela guarda em sua casa. Na foto era meu aniversário de 3 anos! Postaria ela, mas não consegui digitaliza-la ainda...


De qualquer forma hoje fui a sua casa e conversamos um pouco. Em sua casa simples de madeira e com muitos enfeites, as portas feitas por belas cortinas floridas ou bordadas, um verdadeiro charme! Senti o coração dela bater muito forte ao abraçá-la. Relembramos os bons momentos que passamos juntos, mais ela do que eu já que nos separamos quando eu tinha apenas 5 anos. Tiramos uma nova foto, dezesseis anos depois!

segunda-feira, 30 de maio de 2011

...

Adivinhem só aonde estou? Acertou quem pensou em Rondônia! Pois é, AINDA! A carona que havia acertado demorou muito para sair. O caminhão logo carregou, mas pegou a nota fiscal das madeiras apenas hoje pela tarde. Às 17h e 30min minha tia disse que ele estaria partindo às 19hs. Fiquei logo todo empolgado até resolver repensar sobre a rota...


Hoje já é dia 30, ele vai chegar em Vitória da Conquista apenas no sábado (dia 04) e eu preciso estar em Maringá até dia 08 de Junho para a próxima viagem à Bolívia e Peru. Ou seja, não conseguirei ficar nem um dia direito em Ilhéus que já terei que partir de novo. Logo pensei que... Já que vou ir para a Bolívia e já que a Bolívia fica ao lado de Rondônia, porque não ficar logo por aqui? Assim economizo muita energia viajando milhares de kilômetros pelo Brasil. Claro que eu adoraria viajar isso tudo, mas acho que aproveitaria ainda mais ficando alguns dias a mais nas paradas... hehehe


Depois terei que arrumar uma maneira de dar um pulinho por lá para verificar as Universidades do interior da Bahia e do interior de São Paulo; nada que um feriado daqui e outro dali não resolvam.


Estou em Jaru e adorando ficar por aqui. Passei os últimos dois dias sem sair de casa e em frente à televisão jogando vídeo-game com meus primos! Faz tanto tempo desde a última vez que fiz isso que já nem lembro.


Enfim cada dia que passa relembro mais minha infância!


No sábado fomos ao Balneário Primavera que costumávamos ir todas as vezes em que viemos aqui pra Jaru. DELICIOSO! Um rio com cachoeiras lindas e temperatura certa para amenizar o calorão do Norte!


Vou aproveitando por aqui mais um monte!


Bjo a todos! Até breve....

Fotos Balneário Primavera

Tios: Edelma, Toninho, Bete e Nani


Primos...







Tio Genison no fundo... e dá-lhe melancia!














Precisa dizer alguma coisa?






quinta-feira, 26 de maio de 2011

A Bahia que me espere!

Hoje acordei com uma ansiedade absurda! Com aquele frio na barriga que mais parecia que eu iria descer em uma montanha russa do que ir atrás de carona.


Minha família sempre diz que “Deus ajuda quem sempre madruga”, ultimamente eu to mais crente que Deus ajuda em quem acredita. Pois vejam só, desde que falei para todos aqui que eu ia embora de carona, não faltaram críticas, dúvidas e medos para cima da minha viagem. Fui o único que realmente acreditou que tudo iria dar certo. Chegou então o momento de partir.


Saí antes do almoço para o posto de gasolina que fica na beira da estrada aqui de Jaru atrás dos caminhoneiros. Logo ao chegar conversei com o único caminhoneiro parado por ali e logo já consegui minha primeira viagem. Tudo bem que ele iria só até Ji-Paraná que fica a 90km daqui, mas pra quem quer percorrer quase 4.000km não se pode perder tempo e logo aceitei. Fiquei fora do restaurante esperando ele terminar de almoçar e eis que surge minha tia dizendo que havia conseguido uma carona pra mim que vai direto para a Bahia e advinha o que mais... o caminhão vai levar madeira justo para Ilhéus que é a cidade que preciso ir!


Sabe o que eu acho? Eu acho é POUCO! =D


Voltei para casa dos meus avós e estou aqui esperando ele terminar de carregar o caminhão para partirmos hoje pela noite ou amanhã de manhã.


Atenção senhores passageiros, apertem os cintos que lá vamos nós!

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Preparando o desapego

Caramba, essa família é muito grande e tem muita história! Eu fiquei incrédulo quando descobri que dois irmãos do meu avô se casaram com duas irmãs da minha vó e o mais impressionante não é as famílias terem três casamentos entre si, mas sim o fato de que eu não sabia disso até então!


Incrível também como todos nós somos muito saudosistas, neh? É só juntar algumas pessoas que não se viam há um tempinho que começam a contar todas as histórias passadas que ficaram marcadas em nossa memória. Eu descobri que era muito mais fresco do que imaginava, hahahahaha, um “cocotinha” de Rondônia!


Nós estávamos conversando aqui na casa de meus avós e chegamos a uma conclusão que eu nunca havia parado pra pensar antes, o tanto que essa família é fantástica. Ninguém fuma ou tem problemas com drogas e álcool, ninguém é brigado com ninguém e todos são muito alegres. Finalmente descobri de onde vem essa minha idiotice toda. Família é realmente muito gostoso.


Ontem fomos ao sítio dos meus tios e lá comemos um carneiro assado temperado com limão, alho, cebola, hortelã e alecrim que meu amigo... estava um repetáculo! Comi exageradamente! Depois pela tarde fiquei brincando na piscina com meus primos.


Hoje acordei com a garganta detonada pelo calor absurdo, o tempo seco e a poeira daqui; lembrei que estou tomando pouca água. Chega a hora de partir de RO também, preciso arrumar minhas malas e ir em direção à Bahia.


Fui ver os preços das passagens tanto aérea como rodoviária e descobri que a Bahia é longe heim... hahahaha de ônibus são quase R$ 500,00 para passar três dias dentro do busão e de avião teria que dar um rolo danado até chegar onde queria por R$ 700,00 e uma dia e meio de viagem. Decidi então que vou de carona mesmo. Já tracei uma rota que sai de RO, cruza o MT e passa por Palmas – TO. Se tudo der certo vai ser ótimo porque não conheço Nenhuma das cidades que passarei e sempre ouvi falar coisas interessantes de Palmas. Tenho uns amigos por lá, vou ver se consigo contatá-los.


Meta de hoje é deixar a roupa limpa, arrumar a bagagem, brincar com meus primos (pq já havia prometido a eles) e partir!

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Saudosa Maloca!

De São Carlos viajei até São Paulo e de lá peguei o avião em Guarulhos com destino à Rondônia. Fazia seis anos desde a última vez que vim pra minha terra natal e já não me lembrava do quão quente é por aqui! Geselay, que calor!!! Em Porto Velho encontrei com minha prima Bruna e a minha irmã Fernanda e então pegamos um “taxi lotação” até Jarú. Claro que falamos para a família que fomos de taxi só quando chegamos por lá, até então estávamos todos bem seguros dentro de um ônibus. É óbvio também que levamos um puxão de orelha, mas nada que justificasse ficarmos esperando por mais de uma hora na rodoviária e depois ficar 5 horas viajando de bus ao invés de 3h e meia de carro.


Matamos a saudade de todos somente no outro dia (sábado), afinal havíamos chego às 21hs e por aqui todos dormem muito cedo... No sábado mesmo ocorreu a comemoração de 50 anos de casamento dos meus avós. Família INTEIRA reunida, até uma parente da Argentina veio pra festa! Foi lindo! Uma missa inteira em homenagem ao casal com direito à musicas cantadas e tocadas pelos netos (meus primos). Depois a festa para 400 pessoas foi a atração da região toda! Uma banda típica de formatura tratou de animar a galera com as músicas da déc de 80, as “Xuxas”, as “Village People” e tudo mais que uma banda de formatura tem que ter. Tem que ter? Não sou do ramo e não entendo o porquê, mas quando foi que essas bandas assinaram esse contrato em que deveriam tocar a mesma playlist sempre? Deve ser a indústria das bebidas que as patrocina, pq só com muito álcool para conseguir curtir a festa.


Mas foi tudo uma delícia a única parte ruim foi ter que fingir estar super feliz por encontrar alguém da família que você não faz idéia de quem seja. Nada que diminuísse a felicidade de reencontrar as pessoas que realmente importam e que a saudade só fazia doer! Nossa, como essa família é gostosa! Por aqui não existe tempo ruim e se por um acaso alguém chora é por ter amor demais! Que por sinal foi exatamente o que aconteceu durante os dois dias de festa, vira e mexe alguém iria falar ao microfone e fazia todo mundo chorar! E nem precisava ter descurso preparado, só o fato de pegar no microfone já emocionava alguma dúzia de pessoas.


Agora o fds acabou e só me resta aproveitar a companhia das pessoas que ainda “sobram” por aqui.

Fotos Bodas de Ouro





Meus avós, Elza e Sebastião.





sexta-feira, 20 de maio de 2011

Fotos













Último dia Sanca

Acordamos todos às 7h e 30min com aquele bom friozinho, tão gostoso que chega a dar dó de sair da cama. Depois de tomados os devidos banhos e todos prontos fomos ao auditório das discussões.

O debate que se fez na Mesa Redonda pela manhã foi bastante intenso. À frente de uma platéia fervorosa e militante por habitação social no campo (professores, estudantes, representantes de assentamentos e de movimentos populares) estavam sentados na mesa uma representante do INCRA, uma representante da gerência de habitação da CAIXA e o representante do Ministério das Cidades. É claro que a coisa iria feder... Mas foi ótimo! Tivemos que sair antes do debate terminar senão perderíamos o almoço no R.U. Com a discussão que se findou ficou bastante claro como as políticas públicas estão completamente desarticuladas entre si e que quando surge algum empecilho no caminho é sempre problema de outro órgão, nunca se juntam em prol do bem coletivo. Mas, infelizmente, eu já esperava confirmar isso. O que me assustou realmente foi a incapacidade de articulação do sr. Antônio César Ramos de Oliveira que representou o MCidades no colóquio... Só deu bola fora e nunca respondia nada do que lhe era perguntado, dando opiniões com pensamentos meramente econômicos e “viciados do sistema” sem lembrar que este é o ministério que deveria lutar pelo direito de igualdade a todos os cidadãos. Foi bastante triste, afinal na universidade reina uma áurea linda ao redor do Ministério das Cidades.


Pela tarde, mais debates que não convém eu ficar escrevendo aqui. E pela noite... aconteceu uma mostra cultural, que como diria a Nina, “é maravilhoooso”! Nossa, de verdade, fiquei completamente emocionado Dois grupos se apresentaram, o primeiro foi o grupo “Vira na Fulô” da UFSCAR que fez apresentações de Cacuriá que é uma dança típica do Maranhão. Foi lindo... eles dançaram, tocaram e movimentaram a todos para uma festa linda! Logo em seguida foi impossível ficar parado com o grupo “Rochedo de Ouro” de maracatu. A energia que se formou no lugar foi tão forte que em certo momento TODOS os participantes estavam ao redor do grupo cantando, pulando e dando gargalhadas de felicidade. Quando me percebi estava rodeado de Professores Doutores, estudantes universitários, moradores de assentamentos, representantes da Caixa, do Incra, crianças, velhinhos... Enfim, nesse momento confesso que chegou a escorrer uma lágrima, tamanha a entrega de todo mundo para a dança. Nesse momento a gente vê que Brasil é Brasil em todas as classes econômicas e sociais. Não poderia ter tido melhor despedida de São Carlos!


(Eu sei que deve ter pessoas pensando: coitado desse guri que vive num mundo paralelo de fantasias. Em meio a tanta confusão a ilusão me faz bem e me dá suporte para continuar lutando por um mundo melhor... No meu mundo paralelo, entremeio aos prédios cinzentos as borboletas são coloridas e voam!)


Continuamos a beber e conversar por ali mesmo. Acabamos conhecendo mais umas pessoas, entre elas a Raquel e a Fabrícia que são duas delícias de pessoas! Quando deu 01h 30min tive que me despedir de todos e ir em direção à rodoviária. Acaba aqui minha passagem por São Carlos.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Primeiro dia: Sanca

Pra variar o motorista teve que me acordar pra descer, de acordo com ele já fazia 15 minutos que eles estavam me esperando o.0 . Tive muita sorte, uma que foi a primeira vez que alguém me espera descer (não seria a primeira vez que eu desceria em pontos posteriores do meu) e outra por que para pegar o metropolitano de Araraquara pra São Carlos tive que esperar somente 10 minutos!

Mas o que eu descobri é que nem sempre autoconfiança ajuda... cheguei em São Carlos (Sanca) e fui direto pra UFSCAR para o II Colóquio de Habitat e Cidadania: Habitação Social no campo. Com meu “muchilão” nas costas, o notebook numa mão e o paletó na outra saí andando a UFSCAR inteira a procura do maldito seminário... depois de andar muuuito descobri que o evento seria na USP São Carlos! Fiquei super feliz! Hahahaha

Mas tudo ocorreu bem, cheguei exatamente no momento em que o evento estava se inciando, as discussões foram bárbaras! Minha viagem para São Carlos já tinha valido a pena.

Almocei no Restaurante Universitário da USP que é mais caro do que na UEM (R$ 2,90 estudantes e R$7,50 visitantes) só que a comida não tem nem comparação... Com opções por comidas vegetarianas e mais saudáveis (Até arroz integral tinha!), muito bom! À tarde mais debates e apresentações muito legais com direito a dois “Coffe brake’s” sensacionais. Conheci uma galera “mucho loka” da UFRN. O Filipe e a Jéssica que fazem arquitetura e urbanismo, o Luis que faz civil, o Mafra que faz ciências tecnológicas, a Adriana estuda biblioteconomia e a Marcela que eu não sei o que faz... Por sorte eles estavam instalados no alojamento dos estudantes da USP e deram um jeito de me incluir no meio. Tive muita sorte porque até então não sabia onde iria dormir e fui arrumar logo esse lugar que era de graça e cheio de estudantes receptivos. Nesse momento fiquei lembrando o que a Suzy faria se estivesse no meu lugar, afinal de contas havia chego a São Carlos às 8 da manhã e fui arrumar onde dormir só às 21hs. Acho que ela não teria sobrevivido... hahaha

Pela noite fomos numa festa na USP mesmo, era aniversário de um C.A. que, pelo o que entendi, funciona como um mini-DCE do campus. Com direito a várias bandas, show de mágica, latinhas de cerveja, manifestações artísticas e muito mais...

Durante a festa advinha sobre o que essa galera de Natal resolveu conversar??? Espíritos! Imaginem só minha felicidade! Hahahaha, mas eu acho que o susto já passou. Agora o “espírito” é rir para não chorar, sacaram o trocadilho?

Fui dormir um tanto quanto embriagado (isso pq tomei só três latinhas), morto de cansaço e extremamente feliz!


P.S. Desculpem não ter nenhuma foto ainda... juro que logo, logo providencio!

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Saindo de Maringá

Uma série de fatos inesperados aconteceram segunda-feira antes da viagem. Casos estes que me deixaram bastante apreensivo e com muito medo; não vale a pena entrar em detalhes, só que envolvia a possibilidade de eu enxergar algum espírito. Acredito que isso seja meu maior medo hoje em dia e por isso foi um dia bem marcante para mim. Não sei se me esquecerei dessa segunda, 15 de Maio de 2011.

Mas enfim, estou dizendo tudo isso só para entender meu estado de espírito. De segunda para terça passei muito medo, ainda mais que estava só em casa já que a Lila (minha companheira de casa) está no RJ. Pensei em desistir de viajar o tempo inteiro, mas fui me forçando a fazer tudo. Dominei meu medo e sem pensar me obriguei a ir. Acho que se tivesse pensado muito não viajaria mais. Fui à rodoviária, entrei no ônibus ainda com pressentimentos ruins.

Fiquei com vontade de ligar pra minha mãe e pra Tia Su, porém meu celular estava sem bateria. Percebi então que estava completamente só. O desespero começou a aumentar até que me dei conta de tudo o que estava acontecendo. Estufei o peito respirando fundo e pensei: Que venham os espíritos então! Agora mais do que medo eu estava com raiva.

Minha vontade de viajar era muito maior do que qualquer emoção que sentia ainda mais esta que foi implantada em minha mente e quem estava alimentando aquilo tudo era EU mesmo. Logo em seguida me senti bem mais calmo e consegui dormir.

Acordei em uma parada do GRAAL em Ourinhos, desci, fui ao banheiro e voltei a dormir no ônibus. Depois de um tempo acordei novamente e quando desci me espantei. Era a mesma parada, mas não podia ser porque já tinham se passado horas. Pensei comigo mesmo “será uma peça de Exu?”, até que um senhor me disse que estávamos em Bauru. Só aí fui perceber que todos os GRAALs são exatamente iguais!!! Me acalmei novamente e voltei ao ônibus para dormir em direção à Araraquara.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Chega o momento

Enfim se aproxima o início da viagem... coração palpitando, ansiedade tomando conta de todo o corpo; até fazer a mala está difícil com toda a expectativa que se formou. Sempre tento não esperar muito das viagens, mas essa é uma meta quase impossível pra mim. Já amo viajar por qualquer motivo e esta, em específico, vem junto de muitas possibilidades, com destinos e tempo semi-programados, nada é garantido e o único empecilho é minha própria vontade.
Logo quando comecei a imaginar essa "turnê" me veio imediatamente na cabeça o tema do Encontro Nacional de Estudantes de Arquitetura e Urbanismo que aconteceu em Florianópolis em 2007: "Perca-se, Permita-se". A seguir vou colocar trechos do texto de apresentação da revista deste encontro, e é nesse espírito que tentarei me guiar nessa jornada:

"Perca-se, Permita-se

Se te propuserem fazer aquilo que mais gosta, o que faria? Quais experiências lhe foram mais instrutivas nos últimos tempos? Quais foram os avanços em sua vida? O que é pra você um trabalho coletivo? Qual o compromisso mais importante da sua vida? Já experimentou dizer "eu prefiro" em vez de "eu quero"? Qual foi sua última experiência realmente nova? Já se sentiu vulnerável a outra pessoa? O que mais aprendeu sobre si mesmo no último ano? Alguma vez já se perdoou por um erro seu? Tem acrescentado valor ao ambiente em que vive? Seria capaz de dizer o que mudaria em você? Nada?
Saia da rotina. Permita-se o diferente. O inesperado. Quem é você? e quem não é você? O novo é perigoso. A novidade é perigosa. O corriqueiro é seguro. A segurança é uma ilusão. A ilusão é outra ilusão. Busque saber o nome das pessoas. Não busque estar sempre em si. Esteja também nos outros.
Perca-se nas letras. Encontre-se nos significados. Permita-se ler tudo de traz pra frente. Tudo, de agora em diante. OMSEM ODUT ?ODANIBMOC. Difícil, né? Pior é nem poder ler. Ou nem saber. Permita-se voar. Permita-se mergulhar no estranho. Permita-se ir a um encontro sem esperar nada dele. Não se perca demais. Nem se permita de menos. Não espere respostas, encontre-as.
Encontre diariamente seu mundo. Esqueça seu mundo. O mundo é um só. Permita-se escapar de si mesmo. Fugir do trivial em busca do inusitado. Permita-se andar nu no frio de 5ºC do inverno. permita-se conhecer uma praia no inverno. Esqueça o frio. Frio é outra coisa bem pior. Permita-se erguer os dois pés do chão. Perca seu chão. Permita-se trocar todos os seus discos. Perca-se dos seus discos. Brinque de esconder consigo. Você consegue? Consegue? consigo? Destrua todos os seus paradigmas. Derrube todos os preconceitos. Perca-se da multidão. Permita-se encontrar a si mesmo. Permita-se aprender a andar novamente. Permita-se sorrir. Permita-se chorar. Perca-se em experiências realmente novas. Permita-se locomover como um cadeirante. Perca seu senso de direção. Derive. Derive. Derive..."