sexta-feira, 10 de junho de 2011

Carona Jaru - Cuiabá

Despedi-me de todos que pude e fiquei esperando na casa de meus tios Edelma e Cláudio o caminhoneiro sair. Mal dormi durante a noite com medo de ele ligar durante a madrugada e ninguém ouvir o telefone. Levantei às 6h e 30min e fiquei com tudo arrumado só esperando. Até que a Luzia, secretária da casa, me avisou de que o telefone estava fora da tomada. Pronto! Bastou para eu já me desanimar e achar que ele já havia ido embora, eis que meu tio Toninho aparece no portão da casa gritando meu nome pra ir até o caminhoneiro que estava na casa de seus amigos me esperando. Peguei minha mala e saí voando. Almoçamos arroz e carne de porco, que estava maravilhosa, por volta das 10h e 30min e saímos exatamente às 11h e 10min.


O caminhoneiro chama-se Edivaldo, tem 48 anos, mora numa cidade vizinha a Campinas e é caminhoneiro a exatos 30 anos! Extremamente simpático e atencioso, Edivaldo me deixou muito confortável para viajar a seu lado. Tem uma esposa, dois filhos de 25 e 20 anos e uma filha de 15.


Ele trabalha há 15 anos nessa mesma empresa que transporta carros da Honda pelo Brasil todo. Desta vez levou carros para Rio Branco no Acre e para Porto Velho em Rondônia. Ele me contou que se conseguir automóveis para transportar durante a volta, desde que não saia de sua rota, a empresa lhe paga 30% do valor pago pelo cliente. E é impressionante o tanto de gente que o procura para levar carros velhos, quebrados ou com algum tipo de problema para outras cidades, nem precisa sair correndo atrás das pessoas. Desta forma vamos viajando com algumas paradas pelo caminho pegando ou deixando carros por aí.


A estrada em RO está péssima, o trecho que fica entre Cacoal e Pimenta Bueno especificamente está um lixo. Chegamos em Vilhena às 21h, tomamos uma banho no posto e aproveitei pra comer uma mini pizza. Logo que embarcamos começou a chover e veio em boa hora, pois não demorou e deu aquela refrescada!


Seguimos adiante até Comodoro-MT onde paramos num posto para dormir. Todo caminhão tem uma caminha atrás dos bancos que é o dormitório do motorista e para minha sorte este caminhão era uma cegonha, ou seja, transporta carros. Peguei a chave de um golzinho e dormi lá dentro! Perfeito!


Acordei umas 5h e 30min com o caminhão já andando. Estava morrendo de vontade de fazer xixi, só que como que iria avisar o caminhoneiro? Sairia eu de dentro do carro e depois andaria agarrado aos ferros até chegar a cabine com o caminhão em movimento? Claro que não, neh? Esperei até às 6h e 30min quando paramos para tomar café.


Voltei então pra cabine e seguimos viagem, conversamos sobre tudo desde política, educação no país, fim do mundo em 2012, histórias de caronas, religiões e é claro que ele tinha uma história de espiritismo para me contar, assim como todas as outras pessoas que cruzo pelo caminho! O assunto que me persegue!


Almoçamos numa biboquinha de estrada com comida caseira no fogão a lenha. Estava uma delícia a não ser pela lingüiça que fez um mal danado pra mim e pro Edivaldo... ficamos arrotando o resto da viagem toda! Ele resolveu que iria parar em Cuiabá pra consertar o ar-condicionado, porém ia ser só no outro dia pela manhã; ainda eram 16hs e eu decidi abandonar a carona, não compensava esperar uma noite inteira para andar mais 200km com ele depois. Peguei um busão até a rodoviária e esperei apenas meia hora até que meu busão com destino a Campo Grande chegou. To embarcando agora! Previsão de chegada em Campo Grande para as 5am!

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